O funcionamento do Programa de Pós-Graduação “stricto sensu“em Clínica Médica da FMRP-USP (PPG-CM) foi autorizado pela Coordenação Central de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo em 17/12/1970 (proc. No 18.462/70), com uma área de concentração denominada Medicina (Clínica Médica) e cursos de Mestrado e Doutorado, tendo início no ano de 1971.
Inicialmente destinado apenas a médicos, em 2000, o PPG-CM passou a abranger duas opções (áreas):
i) Investigação Clínica, destinada para médicos com dois anos de formação (residência médica) em Clínica Médica Geral, Especialidades Clínicas ou Radiologia;
ii) Investigação Biomédica, destinada para médicos não especializados em Clínica Médica e para outros profissionais universitários (biologistas, biomédicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, físicos, farmacêuticos, bioinformatas, físicos, etc), sendo necessário um ano de experiência após a Graduação, na forma de especialização, aprimoramento, estágio ou atividade equivalente.
Em ambas as Áreas, o Programa é desenvolvido nos níveis de Mestrado, Doutorado e Doutorado Direto. O doutorado direto tem sido estimulado, particularmente para os médicos, que já dispendem muitos anos de sua formação com o curso de Medicina e com a Residência Médica, ou ainda, aos ingressantes médicos e não médicos com iniciação científica prévia ou com trabalhos já publicados. O aluno do Programa deve cursar disciplinas de modo a completar o número mínimo de créditos exigidos em cada nível, as quais visam a sua capacitação em pesquisa e aperfeiçoamento didático-científico. O Programa conta com mais de 70 disciplinas com temática diversificada, todas contempladas nos objetivos do Programa e ministradas periodicamente. Parte dos créditos pode ser obtida em disciplinas de outros Programas, conforme o interesse do aluno.
Os objetivos do PPG-CM estão coadunados com as linhas de pesquisa desenvolvidas pelos docentes do programa, visando estudar as características epidemiológicas, os fatores predisponentes ao desenvolvimento de doenças, as ferramentas de investigação dos mecanismos patogênicos, o tratamento e prevenção de doenças, as formas de análise dos resultados obtidos, os estudos acerca do ensino em saúde, todos culminando com a divulgação dos resultados em revistas e foros científicos. Esses objetivos têm sido cumpridos em estudos em seres humanas, contando com a retaguarda dos hospitais universitários de atenção secundária (Hospital Estadual de Ribeirão Preto e Hospital de Américo Brasilense) e terciária (HC-FMRP-USP) e, ainda, em serviços de atenção primária, emergência médica e hemocentro. Para os estudos em animais de experimentação, o Programa conta com biotério próprio e ainda com o da FMRP-USP. Para os estudos in silico, o Programa conta com o apoio de docentes do Curso de Bioinformática e da Genética da FMRP-USP e, também, do Hemocentro.
Os docentes do Programa estão grandemente envolvidos com a internacionalização do Programa, por meio de intercâmbios internacionais institucionalizados que permitem a mobilidade de alunos e de docentes (CAPES/COFECUB, USP/COFECUB, Yale/USP, CAPES/NUFFIC) e com colaborações científicas com docentes do exterior, produção de artigos com a coparticipação de autores estrangeiros, financiamentos internacionais, participação em eventos no exterior, assessoria ad hoc de periódicos internacionais, produção de textos em inglês para alunos da graduação e pós-graduação, dentre outras atividades.
Em maio de 2015, o Programa completou sua milésima titulação, sendo que ao final de 2016, totalizou 1.094 defesas, mantendo sua característica interdisciplinar, face à diversidade e abrangência de suas áreas de conhecimento. Embora haja atração de alunos de diversos locais do Brasil e do exterior, grande contingente do alunado provém da região Sudeste do Brasil, contrastando com programas específicos que, por serem mono ou paucitemáticos atraem alunos de diversas regiões do país. Os egressos do Programa foram ou têm sido absorvidos em Instituições de Ensino Superior federais, estaduais, confessionais e privadas de todo o país, nucleando centros de pesquisa.
No ano de 2016, estavam matriculados 225 alunos (70 Mestrados e 155 Doutorados, desses 60 eram Doutorado Direto), havendo 52 titulações, sendo 26 Mestrados e 27 Doutorados (17 Doutorados seguidos de Mestrado e 10 Doutorados Diretos). No quadriênio foram realizadas 253 defesas, sendo 102 mestrado e 141 doutorado (Doutorado com mestrado prévio=83 e Doutorado Direto=58), perfazendo uma relação tese/dissertações= 1,38. No triênio 2012-2012, quadriênio foram realizadas 159 defesas, sendo 82 mestrado e 77 doutorado (Doutorado com mestrado prévio=60 e Doutorado Direto=17), perfazendo uma relação tese/dissertações= 0,93. Observa-se que este aumento da relação tese/dissertação ocorreu devido ao maior número de doutorados diretos no quadriênio 201-16, onde o programa estabeleceu uma valorização de entrada no doutorado direto para alunos médicos.
Participaram do Programa em 2016, 63 docentes, sendo 53 permanentes (84,1%) e 10 colaboradores (15,9%). Em relação aos orientadores permanentes (n=53), 30 deles orientaram 5 ou mais alunos (56%) no quadriênio, 12 orientaram 4 alunos (22%), 7 orientaram 3 alunos (13%) e 5 orientaram 2 ou menos (9,4%). Em relação ao tempo médio para titulação, o do mestrado foi de 31,6 meses (mediana=33 meses, tempo mínimo=8 e tempo máximo=48 meses), enquanto que no doutorado foi de 51, 4 meses (mediana=51,4 meses, tempo mínimo=21 meses e tempo máximo=64 meses). Ao comparamos as medianas deste quadriênio com o anterior, observou-se uma redução de um mês e meio em relação ao mestrado (33 meses em 2013-16 versus 34,5 em 2010-12), mantendo-se semelhante o tempo de titulação para doutorado (51 meses em 2013-16 versus 51 meses em 2010-12).
O número de alunos em pós-doutorado aumentou quando comparado entre o triênio 2010-2012 (37 pos-doc; 12,2 pos-doc-ano) e 2013-2016 (78 pos-doc; 19,5 pos-doc-ano). A principal agência de fomento das bolsas foi a FAPESP (23), seguida pelo CNPq (16) e CAPES (15), sendo que 24 alunos de pós-doutoramento não possuíam bolsas. Deste total de 78 alunos, 7 eram médicos (9,4%).
Os orientadores do Programa produziram 279 artigos em 2016, sendo que no quadriênio foram publicados 1.247 artigos em periódicos. Tendo como base os relatórios de consolidação do programa gerado pela plataforma Sucupira, o programa teve 279 produções bibliográficas tendo discentes como autores, com 243 defesas no período 2013-2016. No entanto, foram também incluídas produções de egressos, que titularam no triênio anterior 2010-2012 (159 defesas). Desta forma, entre 2010-2016 ocorreram 402 defesas e 279 publicações bibliográficas com discentes no quadriênio atual, perfazendo uma relação entre produção bibligrafica (279) e defesas nos últimos sete anos (402) de 70%. Esta participação parece um índice melhor se comparamos com a analise de produção de discentes no quadriênio (n=279) pelo total de produção de demais autores (n=1247), onde a participação discente seria de 22%. Na primeira analise (produção bibliográfica discente do quadriênio/total de defesas nos últimos sete anos= 70%), a relação indica que de cada 3 defesas, ocorreram 2 produções bibliograficas, enquanto que na segunda análise (produção de discentes no quadriênio pelo total de produção de demais autores = 22%), a relação indica que de cada 5 defesas, ocorreu somente 1 publicação. Em um programa com elevado número de orientadores e que possuem muitas publicações em estudos multicêntricos, pode ocorrer um prejuízo da análise, pois o denominador desta razão torna-se muito elevado. Obviamente estas proporções podem se modificar após a comissão de avaliação julgar a qualidade das produções bibliográficas, mas a utilização do parâmetro analisando a produção bibliográfica no quadriênio pelo numero de defesas no quadriênio+triênio anterior possa acrescentar uma melhor compreensão da produção discente do programa.
A relação de orientadores permanentes que possuem bolsa de atividade em pesquisa perfaz 20, totalizando 37%. O índice H dos orientadores do programa obtidos pelo Web of Science foi de 15 (mediana=13, valor mínimo=3 e máximo=69), sendo que somente dos permanentes foi de 16 (mediana=14, valor mínimo=5 e máximo=69). Analisando a porcentagem de orientadores com índice H superior ou igual a 10, observou-se que geral a porcentagem foi de 64% (42/65), sendo que entre os permanentes foi de 72% (40/55).
Os docentes do Programa conseguiram recursos financeiros de agências de fomento nacionais, destacando dois projetos CEPID da FAPESP e um INCTC, além de diversos outros recursos da FAPESP, CNPq, FINEP, Pró-Reitoria de Pesquisa da USP (Núcleos de Apoio à Pesquisa – NAPs), e ainda, recursos internacionais, totalizando R$ 79.224.635,00, Euros 862.000,00 e US$ 235.486,90, disponibilizados para o ano de 2016. Muitos docentes, particularmente, aqueles vinculados aos CEPIDs, estão engajados em diversas atividades na Educação Básica, como tem sido preconizado pela CAPES.
O PPG-CM tem desenvolvido ações de solidariedade em caráter nacional e internacional. Acerca da solidariedade nacional destaca-se a participação dos docentes do Programa com programas não consolidados, implantando Mestrado Interinstitucional (1997 a 2002), PROCADs e Casadinho para aprimorar recursos humanos e auxiliar a implantação de Programas de Pós-Graduação em outras instituições. Individualmente, os docentes do Programa têm apresentado ações de solidariedade em prol da capacitação de docentes de diversas universidades do Brasil, na qualidade de orientadores de Doutorado ou como supervisores de pós-doutorados. Recentemente, desde o final de 2014, o Prof Eduardo Antonio Donadi coordena Convênio projeto de solidariedade internacional, para capacitar docentes da Universidade Central do Equador (UCE), face à resolução da Secretaria da Educação Superior do Equador de que 80% de seus docentes completem o doutorado nos próximos anos. Em dezembro de 2015, foram aprovados 7 docentes da UCE para realizar seus Doutorados Diretos junto ao Programa de Clínica Médica. Além desses, mais 3 alunos do exterior (Chile, Colômbia e Moçambique) realizam seus Doutorado no Programa, por iniciativas pessoais dos alunos ou dos docentes credenciados no Programa.
O programa alcançou o conceito máximo em todas as avaliações bianuais realizadas de 1976 a 1995 (conceitos A para Mestrado e Doutorado), nas trienais de 2001 a 2009 obteve conceito 6 e na avaliação de 2010 a 2012, o conceito 5. Para o quadriênio em vigência, todas as debilidades referentes ao relatório anterior estão sendo consideradas pela atual CCP-CM para atingir ou melhorar o desempenho do triênio anterior.